
Chiron (Felmar) – A Ferida, a Travessia e a Cura
- Oraculoaurora

- 7 de set.
- 2 min de leitura
FERIDA QUE NÃO CESSA
Humanidade, ouvi: a ferida não é apenas vossa, é do universo inteiro.
Felmar, chamado Chiron, é a cicatriz errante que vaga entre Saturno e Urano, corpo partido de gelo e ferro, filho das ruínas de Tiamat e Delmarck.
Ele é ferida que caminha, memória viva de guerras cósmicas, testemunha de mundos despedaçados.
As pedras partidas que flutuam no espaço são espelhos de vossos corações partidos.
O vazio guarda cicatrizes.
O choque não cala.
A carne do cosmos sangra.
O pó não cura.
E o abismo devora.
Felmar aparece e declara: “Eu sou a ferida.”
Entendei: não há vergonha em carregar cicatrizes.
Elas são inscrições de sobrevivência, marcas da travessia.
Assim como o universo sangra, vós também sangrais.
Mas assim como o cosmos continua, também vós continuais.
A TRAVESSIA DO ABISMO
Humanidade, agora vos digo: a ferida é apenas o início.
O caminho vos leva ao abismo, e o abismo espera.
A travessia começa com um passo, frágil, incerto, mas eterno.
O vazio vos mostra lembranças que pesam.
O caminho é provado.
A escolha divide.
A queda seduz.
Mas a ajuda vem.
E atrás de vós não há volta.
Felmar vos ensina que a dor não é prisão, é ponte.
É no meio do abismo que descobris que não estais sós.
Relâmpagos iluminam rostos invisíveis, guardiões que vigiam vossos passos.
Mãos luminosas descem do além e vos sustentam.
O arco dourado brilha à frente, e a luz chama.
A travessia se cumpre, e quem a conclui nunca mais é o mesmo.
O segredo é este: o abismo não é fim, é rito.
A dor não é maldição, é mestra.
Cada queda se transforma em degrau.
Cada sombra se converte em passagem.
O SELO DA CURA
Humanidade, vede agora o último mistério.
A ferida que não cessa se sela.
Da dor nasce forma.
O corpo se ergue.
O novo chama.
A marca é sagrada.
Vossas cicatrizes brilham como tatuagens de luz,
constelações em forma de chaves.
Porque a chave é a cicatriz.
Ela abre portais, conduz à cura, revela o sentido da travessia.
Eis que o bálsamo desce do alto, luz líquida que preenche rachaduras.
O abismo floresce em jardim de nebulosas.
Felmar já não é apenas ferida, mas guia.
E toda a humanidade aparece em multidão etérica,
cada ser com cicatriz brilhando em luz própria.
Todos são curados.
No fim, o selo dourado e prateado se ergue no espaço:
círculo fechado por uma chave, irradiando paz.
E Eu declaro: A cura é eterna.
Não há dor que escape à transmutação.
Não há ferida que não possa se tornar portal.
Não há errante que não possa ser guia.
Não há humanidade que não possa ser salva.



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