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Chiron (Felmar) – A Ferida, a Travessia e a Cura

FERIDA QUE NÃO CESSA

Humanidade, ouvi: a ferida não é apenas vossa, é do universo inteiro.

Felmar, chamado Chiron, é a cicatriz errante que vaga entre Saturno e Urano, corpo partido de gelo e ferro, filho das ruínas de Tiamat e Delmarck.

Ele é ferida que caminha, memória viva de guerras cósmicas, testemunha de mundos despedaçados.

As pedras partidas que flutuam no espaço são espelhos de vossos corações partidos.

O vazio guarda cicatrizes.

O choque não cala.

A carne do cosmos sangra.

O pó não cura.

E o abismo devora.

Felmar aparece e declara: “Eu sou a ferida.”

Entendei: não há vergonha em carregar cicatrizes.

Elas são inscrições de sobrevivência, marcas da travessia.

Assim como o universo sangra, vós também sangrais.

Mas assim como o cosmos continua, também vós continuais.

A TRAVESSIA DO ABISMO

Humanidade, agora vos digo: a ferida é apenas o início.

O caminho vos leva ao abismo, e o abismo espera.

A travessia começa com um passo, frágil, incerto, mas eterno.

O vazio vos mostra lembranças que pesam.

O caminho é provado.

A escolha divide.

A queda seduz.

Mas a ajuda vem.

E atrás de vós não há volta.

Felmar vos ensina que a dor não é prisão, é ponte.

É no meio do abismo que descobris que não estais sós.

Relâmpagos iluminam rostos invisíveis, guardiões que vigiam vossos passos.

Mãos luminosas descem do além e vos sustentam.

O arco dourado brilha à frente, e a luz chama.

A travessia se cumpre, e quem a conclui nunca mais é o mesmo.

O segredo é este: o abismo não é fim, é rito.

A dor não é maldição, é mestra.

Cada queda se transforma em degrau.

Cada sombra se converte em passagem.

O SELO DA CURA

Humanidade, vede agora o último mistério.

A ferida que não cessa se sela.

Da dor nasce forma.

O corpo se ergue.

O novo chama.

A marca é sagrada.

Vossas cicatrizes brilham como tatuagens de luz,

constelações em forma de chaves.

Porque a chave é a cicatriz.

Ela abre portais, conduz à cura, revela o sentido da travessia.

Eis que o bálsamo desce do alto, luz líquida que preenche rachaduras.

O abismo floresce em jardim de nebulosas.

Felmar já não é apenas ferida, mas guia.

E toda a humanidade aparece em multidão etérica,

cada ser com cicatriz brilhando em luz própria.

Todos são curados.

No fim, o selo dourado e prateado se ergue no espaço:

círculo fechado por uma chave, irradiando paz.

E Eu declaro: A cura é eterna.

Não há dor que escape à transmutação.

Não há ferida que não possa se tornar portal.

Não há errante que não possa ser guia.

Não há humanidade que não possa ser salva.

 
 
 

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